Uma volta ao passado, com direito a vasculhar as origens e acompanhar as transformações da região do Butantã ao longo dos anos é o que propõe a mostra Memórias do Butantã, apresentada na Casa de Cultura a partir deste mês de dezembro.
Na exposição, que traz painéis ilustrados, a contextualização histórica é dada por registros deixados por personagens que viveram no período.
Permeiam os temas abordados -que passam pela ação dos bandeirantes nas planícies varzeanas à recente chegada das novas estações do metrô; o cotidiano singular dos primeiros moradores da região e lembranças de seus descendentes.
Estão lá fatos inéditos de gerações que trabalharam e moraram durante toda vida no Instituto Butantan, fundado em 1901, como fotos de coleções familiares e lembranças de curiosidades cotidianas e histórias de solidariedade.
Anônimos aos visitantes e usuários, pais e filhos eram encarregados das mais diversas tarefas, como acontece ainda hoje com seus descendentes. “Nasci em uma casa de pau-a-pique dentro do Instituto e estou aqui até hoje”, revela um dos entrevistados.
Organizada por Júlio Abe com pesquisa de texto de Fernanda Cristina Scalvi e Sônia Regina Vieira, a mostra enfatiza, também, a implantação, em 1981, do Parque Raposo Tavares -numa região em que se encontrava um aterro sanitário e do Parque da Previdência – numa área de 44 mil metros quadrados remanescente da Mata Atlântica; a construção do Jockey Clube e a chegada do médico imunologista Vital Brazil e dos imigrantes japoneses.
Merecem destaque, a criação do Educandário Dom Duarte -uma das unidades da Liga das Senhoras Católicas, fundado em 1937, e o histórico do surgimento das olarias na região -com os primeiros moradores reunidos no preparo do barro, modelagem e secagem da cerâmica.
“Foram vendidas muitas mansões no Pacaembu com tijolos daqui”, revela a antiga moradora Lenice Ferreira, confirmando o pioneirismo, à época, no fornecimento do material para toda a cidade, pelas olarias da região do Butantã.
Serviço:
Memórias do Butantã.
Casa de Cultura do Butantã.
Rua Junta Mizumoto, 13. Jardim Peri-Peri.
Telefone: 3742-6218 / 3744-4369. 3ª a 6ª, das 9 às 21h; sábado, das 9 às 18h. Entrada franca.
Fonte: Prefeitura de São Paulo