Operação da PM retira alunos invasores da reitoria da USP

Cerca de 400 policiais em carros, cavalos e até helicópteros cercaram a reitoria da USP e retiraram na madrugada de ontem os invasores que desde quarta-feira passada estavam ali protestando contra a presença da PM no campus do bairro Butantã, na zona oeste de São Paulo.

Estudantes que dormiam no local saíram do prédio com as mãos na cabeça, em fila indiana, cercados pelos homens da Tropa de Choque. Ao todo, 72 pessoas foram levadas de ônibus à delegacia, entre elas um estudante da PUC e quatro funcionários que apoiam aos invasores.

A detenção desencadeou protestos na USP. Ainda pela manhã, um grupo impediu a entrada de alunos na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). As aulas foram suspensas.

Cerca de 200 pessoas marcharam até a delegacia, onde os invasores eram mantidos nos fundos, dentro dos ônibus. Depois, os manifestantes voltaram para a reitoria. À noite, uma assembleia com 2.000 participantes, segundo cálculo dos organizadores, decretou greve geral dos alunos a partir de hoje.



As reivindicações incluem a saída da PM do campus, a criação de um grupo para discutir um programa de segurança especial, a renúncia do reitor João Grandino Rodas e a não punição administrativa dos invasores.

Na polícia, os invasores foram indiciados por desobediência a ordem judicial e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado). No final da noite de ontem, as fianças dos 72 detidos começaram a ser pagas.

Crise

A crise começou em 27 de outubro, quando três alunos foram pegos com maconha. Colegas tentaram impedir que eles fossem detidos e entraram em confronto com a PM. Na mesma noite, um prédio da FFLCH foi invadido. Dias depois, uma assembleia decidiu pela desocupação, mas os derrotados invadiram a reitoria.

Fonte: Folha de S. Paulo



Deixe seu comentário