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ESCORPIÕES


Globo Ciência/Abril 1992 - Fotos de Gamma/Sigla

O escorpião tem capacidade de sobreviver até dois anos sem se alimentar, encerrado num vidro de laboratório, confere-lhe alguns recordes entre os seres vivos. Ele existe há cerca de 400 milhões de anos - e pouco mudou desde essa época. Possui hábitos noturnos, é fluorescente à luz ultravioleta e, quando molestado, desfere uma terrível ferroada com o aguilhão que tem pendurado na extremidade de sua cauda anelada. Pequenos animais e crianças não conseguem sobreviver ao ataque da maioria das quase cem espécies existentes no Brasil. E mesmo para os adultos sua picada pode ser fatal.



Escorpião Amarelo
(Tityus serrulatus)

Amarelo claro, com manchas escuras sobre o tronco (corpo) e na parte inferior do fim da cauda; quarto anel da cauda com dentinhos formando uma serra. Chegam a medir 7 cm. Abrigam-se em terrenos baldios com mato e lixo doméstico, embaixo de pedras, sob cascas de árvores, cupinzeiros, barrancos, buracos e frestas de paredes, muros, rodapés soltos, etc. Picam quando se sentem ameaçados.

 
Uma das peculiaridades do escorpião: ser fluorescente no escuro à luz dos raios ultravioleta e refletir o azul
ESCORPIÃO MARROM
(Tityus bahiensis)

Marrom avermelhado escuro, braços (palpos) e pernas mais claros, com manchas escuras; não tem serrinha na cauda. Quando adulto, chega a 7 cm de comprimento.

Vivem em cupinzeiros, barrancos, sob pedras, troncos caídos, materiais de construção, frestas de muros, etc. Adaptam-se bem ao ambiente domiciliar. A picada dessas duas espécies, feita com a parte posterior da cauda, muito dolorida, sendo esse o principal sintoma do acidente escorpiônico.

O único tratamento necessário costuma ser aplicação local de anestésico (4 ml de Lidocaína a 20/o sem adrenalina, até 3 vezes, com intervalo de 1 hora). Nos casos graves também deve ser usado o soro ANTIESCORPIÔNICO ou ANTIARACNÍDICO, conforme instruções da bula.


CONTROLE E PREVENÇÃO

As seguintes medidas são eficazes para controle e prevenção de acidentes:

  • Manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios, não acumulando entulho e lixo doméstico;
  • Aparar a grama dos jardins e recolher as folhas caídas;
  • Vedar soleiras de portas com saquinhos de areia ou friso de borracha, colocar telas nas janelas, vedar ralos de pia, tanque e de chão com tela ou válvula apropriada;
  • Colocar o lixo em sacos plásticos, que devem ser mantidos fechados para evitar aparecimento de baratas, moscas e outros insetos, que são o alimento predileto de aranhas e escorpiões;
  • Examinar roupas, calçados, toalhas e roupas de cama antes de usá-las;
  • Andar sempre calçado e usar luvas de raspa de couro ao trabalhar com material de construção, lenha, etc.

INSETICIDAS

Para evitar aranhas e escorpiões, o uso periódico de inseticidas não é a melhor solução. Além do alto custo, a aplicação desses produtos tem efeito apenas temporário e pode provocar intoxicações em seres humanos e animais domésticos. O ideal é coletar as aranhas e escorpiões e remover o material acumulado onde estavam alojados, o que evitará a reinfestação.

PRIMEIROS SOCORROS

Nos acidentes por aranhas e escorpiões com dor intensa, práticas como espremer ou sugar o local da picada, tem demonstrando ser de pouca eficácia. O tratamento sintomático, à base de anestésicos e análgésicos, têm sido utilizado com resultados satisfatórios na maioria dos casos. Se o acidentado for criança menor de 7 anos, o procedimento mais indicado é vir ao Hospital do Instituto Butantan, que está sempre aberto

OBS. Capturar o animal que causou o acidente e trazê-lo junto com a pessoa picada, facilita o diagnóstico e o tratamento correto.