Estudantes da FEA rejeitam decisão de greve na USP

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, que representa os estudantes da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP, informou na madrugada desta quarta (9) ser contra a greve geral dos estudantes aprovada em assembleia na noite de terça (8).

Os estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) decretaram uma greve geral contra a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo, após reunião com cerca de mil pessoas. Com a decisão, os alunos não irão assistir às aulas a partir de quarta-feira (9).

Segundo o centro acadêmico da FEA, tanto a suspensão das atividades quanto  a invasão dos prédios são atitudes “que devem ser rejeitadas”.

Leia a íntegra do comunicado enviado pelos estudantes da FEA.

“A Diretoria do Centro Acadêmico Visconde de Cairu acaba de ser informada que, durante  Assembléia Geral do Diretório Central dos Estudantes ocorrida na tarde desta terça-feira, teria sido aprovado o início imediato de uma greve estudantil na Universidade de São Paulo.

Diante de tal fato, é importante lembrar que a entidade de base que representa os alunos da FEA USP discorda das pautas e dos métodos utilizados pelos setores mais radicalizados e, em respeito aos seus associados, indica que não haja adesão a essa paralisação dentro do perímetro da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade.

O que houve no campus do guia Butantã hoje – assim como o que transcorreu nas últimas semanas – é sintoma de que a discórdia se instalou dentro da comunidade universitária. Nessa situação, só há um caminho a ser trilhado: o caminho do diálogo. Com efeito, o seqüestro de prédios públicos e a suspensão das atividades discentes devem ser rejeitados.



É preciso lamentar a polarização que se vê hoje na universidade. É com tristeza, enfim, que se observa estudantes serem feitos reféns  por grupos extremistas. Qualquer manifestante perde sua legitimidade quando o que se apresenta ao público é o abandono dos princípios republicanos.

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, uma vez mais, reafirma sua disposição  ao diálogo responsável. A questão da segurança na nossa universidade é um assunto sério demais para ser resolvido através de fórmulas cortantes. Se o convênio firmado entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública é insuficiente, o debate que se deve ter é sobre o seu aprimoramento, não sobre o abandono de seus avanços.

A autoridade policial, como já foi dito, tem seu papel dentro dos campi, e deve sempre respeitar a autonomia universitária. O que precisa ser discutido, pois, são os pormenores da atuação da PM e de sua integração com a comunidade. Alunos, professores e funcionários da USP têm, diante de si, uma possibilidade única: estabelecer, dentro da universidade, um modelo de policiamento comunitário que sane os vícios eventualmente presentes na corporação policial e que sirva de exemplo para o restante da sociedade. A intransigência, contudo, não pode ser o caminho.”

Fonte: R7



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