Casa do Sertanista no Butantã

A Casa do Sertanista Butantã ou Casa do Caxingui é uma residência construída em meados do século XVII no atual bairro paulistano do Caxingui. A construção, remanescente do período colonial brasileiro, apresenta diversas características típicas da casa bandeirista.

Com paredes em taipa de pilão (técnica construtiva conhecida por caracterizar todas as construções da cidade de São Paulo dos séculos XVI, XVII e XVII), telhado de quatro águas e chão de terra batida.

Casa do Sertanista no Butantã

Casa do Sertanista no Butantã História

A Casa do Sertanista no Butantã remonta, de acordo com estudos realizados pelo arquiteto Luis Saia, a meados do século XVII. Sua arquitetura em três lanços, telhado de quatro águas e paredes em taipa de pilão é bastante característica das casas bandeiristas, obedecendo a um esquema fechado e rígido, tanto do ponto de vista da construção quanto no que se refere à definição arquitetônica, plástica e funcional.

Segundo pesquisas sobre a origem desta casa, o Padre Belquior de Pontes teria sido o primeiro morador de que se tem notícia. Sabe-se, entretanto, que no final do século XIX pertenceu à família Beu, sendo posteriormente transferida à família Penteado que acabou por vendê-la à Cia. City de Melhoramentos. Esta, por sua vez, doou o imóvel à municipalidade em 1958 que passou a recuperá-lo em 1966. Em 1970, concluídas as obras de restauração, foi instalado o “Museu do Sertanista”, voltado essencialmente para a cultura indígena.

Até 1987, realizaram-se várias exposições e mostras com o acervo indígena que lá ficava. Neste ano a casa foi fechada por necessidade de obras de conservação, interrompendo-se assim as atividades museológicas até então desenvolvidas.

Em 1989, por meio de um decreto de permissão de uso, esta casa histórica passou a abrigar o Núcleo de Cultura Indígena da União das Nações Indígenas instalando-se então, a Embaixada dos Povos da Floresta. Com a saída do Núcleo de Cultura Indígena em 1993, a casa passou por novas obras de conservação e restauro sendo ocupada pelo Museu do Folclore “Rossini Tavares de Lima”, em 2000.

Casa do Sertanista no Butantã História Arquitetura

A arquitetura da Casa do Sertanista remonta às antigas casas dos fazendeiros mais ricos da cidade. A construção do original da residência foi feita de taipa de pilão e pau a pique. O método da taipa da época era em uma forma de madeira, socar uma mistura de argila, excremento de gado e seixos para montar o que viriam a ser as paredes.

Entretanto, a taipa paulista apresenta uma característica única, em que a parede é construída a partir da própria terra, como foi o caso da Casa do Sertanista. Para evitar a umidade natural do solo, as pinturas das paredes eram feitas de tabatinga.

Além disso, a planta da casa é regular e remete às casas dos bandeirantes da época, sendo um imóvel térreo que obedece a um esquema fechado e rígido, com poucas janelas. Seu telhado é classificado como de quatro águas coberto que, naquele tempo, tinha as telhas moldadas nas coxas dos escravos. Os cômodos também demonstram os costumes da época.

Ao adentrar na casa, há uma sala principal que liga a passagem para todos os outros quartos. Além disso, há uma varanda posterior que se assemelha às outras construções da época. Essa planta era definida de modo estrito e rígido, que muito diziam sobre os seus ocupantes.



Com uma faixa fronteira, que tinha aos seus lados a capela e o quarto de hóspedes, os bandeirantes marcavam um limite entre sua vida privada e pública. A rigidez da construção também ajudava a evitar ataques indígenas.

A localização do imóvel também remete aos hábitos dos bandeiristas na época. Era comum dar preferência a pontos altos e, quando a topografia não era favorável à construção das casas, criavam-se plataformas artificiais. Além disso, a Casa do Sertanista tem posição privilegiada no mapa, já que se localiza próximo da margem direita o Córrego Pirajuçara, em cerca de 150 metros.

Isto era um privilégio pois, na época, era através dos caminhos fluviais que os bandeirantes poderiam se locomover. Assim, a casa apresenta não só seu caráter residencial, como também militar por estar estrategicamente localizada em relação às demais construções da região. Na restauração, que aconteceu a partir de 1966, a casa recebeu um reforço estrutural em alvenaria e tijolos.

Casa do Sertanista no Butantã História Visitação

O tombamento se deu no dia 28 de dezembro de 1983 pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo – CONDEPHAAT e, mais tarde, em 5 de abril de 1991 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP.

A casa passou por uma restauração em 1966, adotando os mesmos critérios anteriores de experiências como a da Casa do Bandeirante. A restauração durou até 1970, quando a Casa tornou-se o Museu do Sertanista, de onde recebeu o nome, e recebia exposições com a temática da cultura indígena.

Até 1987, realizavam-se diversas exposições e mostras com o acervo indígena que lá ficava. Porém, nesse ano a casa foi fechada por necessidade de obras de conservação, interrompendo- se assim as atividades museológicas até estão desenvolvidas.

Em 1989 a casa passou a abrigar o Núcleo de Cultura Indígena (NCI). Entretanto, em 1993 a casa passou por novos restauros e em 2000 abrigou o acervo do Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, até 2007. Ficou fechada durante um bom tempo para mais restauros, descupinização e drenagem de águas pluviais, sendo depois reaberta em 2013 por uma exposição da artista Sandra Cinto. Passou a integrar o conjunto de imóveis pertencentes ao Museu da Cidade de São Paulo, reunindo em seu interior as poucas informações que restam sobre sua história.

Em 2016, pessoas que se interessassem tiveram acesso à entrada em imóveis históricos para a Jornada do Patrimônio, lugar na qual poderiam explorar os materiais deixados. Neste evento, conseguiram observar retalhos de brinquedos do século XX localizados na Casa.

Horário de Funcionamento Casa do Sertanista no Butantã

Terça a Domingo das 09h às 17h00

Endereço e Telefone Casa do Sertanista no Butantã

  • Praça Ênio Barbato, s/n – Caxingui – São Paulo – SP
  • Telefone: (11) 3726-6348

Mapa de localização