Professores da USP vão pedir a Alckmin para tirar PM do campus

Professores da USP também querem a saída da Polícia Militar do câmpus da zona oeste de SP. Além de participar de protestos, eles vão fazer gestão junto ao governo para revogar o convênio assinado em setembro que reforçou o policiamento na Cidade Universitária, bairro Butantã. Em assembleia que durou 3 horas e 30 minutos nesta quarta-feira, 9, cerca de 80 docentes declararam apoio à greve dos estudantes, mas resolveram não aderir ao movimento.

“É possível construir uma proposta para a segurança no câmpus que não envolva a presença cotidiana da polícia”, disse a presidente da Adusp, professora Heloisa Borsari.

Os docentes vão solicitar audiências com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com a Secretaria de Segurança Pública. A Adusp vai pedir que a Corregedoria da PM apure denúncias de abusos e maus tratos feitas por alunos que estavam dentro da reitoria durante a desocupação do prédio pela Tropa de Choque, na madrugada de ontem.



Na assembleia, os estudantes Gabriel, de História, e Daniel Bezerra, de Comunicação Social, reforçaram o relato de que uma aluna de Letras, chamada Rose, foi afastada do grupo por policiais homens durante a entrada da Tropa de Choque. Segundo os estudantes, a menina teria sido levada a uma sala separada. Estava escuro. Lá dentro, os policiais teriam cercado e colocado panos na boca de Rose, que gritava. E, depois, deitado a garota no chão e sentado sobre ela.

“Eles chegaram quebrando tudo para criminalizar a gente e deram algumas porradas. Estávamos dormindo. A única coisa que a gente fez foi sair correndo por uma rota de fuga”, disse Gabriel, que preferiu não dar mais detalhes sobre sua identificação e se disse preso político da ocupação. “Fui obrigado a apagar dois vídeos que registraram os gritos dela”, disse Daniel, que faz documentários na USP e filmava a ação da polícia.

A Adusp também tentará obter o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Fonte: Agência Estado



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